segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Artigo publicado na Yahoo, Revista Bem Estar

JTransformação, para você nunca mais repetir os mesmos erros

Num tabuleiro, seus medos e pontos fortes vêm à tona com total transparência

Você está cansada de repetir sempre os mesmos padrões de comportamento?
Quer mudar a sua vida em vários aspectos ou atingir um objectivo específico mas não sabe como começar?
Pois a resposta pode vir de uma forma divertida e, ao mesmo tempo, profunda, que utiliza um tabuleiro, dados, cartas e muita cooperação: o Jogo da Transformação.

Criado em 1978 na Escócia, na Fundação Findhorn (uma comunidade educacional baseada em conceitos espirituais), o jogo ajuda a atingir metas, solucionar problemas e a tomar consciência dos nossos pontos fracos e fortes e de como agimos em quatro níveis: físico, emocional, mental e espiritual. O trabalho começa antes do jogo, na hora de definir o propósito de cada um.

Por exemplo: pretendo ter um relacionamento saudável com meu companheiro ou mais trabalho e dinheiro. Seja qual for a meta, todas levarão ao auto-conhecimento, ensina Joseila D. B. Gerotto, facilitadora do Jogo da Transformação credenciada pela Innerlinks (empresa criada pelas autoras do jogo) e terapeuta floral.

É o jogador quem determina o que vai viver no jogo e a profundidade da sua vivência. Se só quiser saber as questões chave da sua vida, é um nível mental. Mas resolvê-las vai mexer com o emocional também e talvez até físico ou espiritual. "Mas nunca pedimos que o jogador ultrapasse seus limites. Alguns, depois de três horas de jogo, já andaram por todos os níveis, enquanto outros ficaram no físico. O importante é que não existe melhor nem pior, cada um passa pelos níveis que vão exigir uma mudança maior para atingir o propósito definido desde o início", explica Joseila.

Manual de instruções

O jogo pode ser jogado de três formas. A primeira é só para diversão entre amigos, sem orientação especializada, bastando comprar o jogo e ler o manual. Contudo, para obter os benefícios terapêuticos da brincadeira, o ideal é ter um terapeuta ou facilitador credenciado, que recebeu treinamento específico para conduzir e orientar cada etapa. Neste caso, é possível tanto jogar em grupo quanto sozinho.
Os grupos podem ter de duas a seis pessoas, e combinamos antes todos os processos, desde o final até os possíveis intervalos. A duração média é entre 4h e 16h, que podem ser jogadas em um dia ou divididas em um final de semana.

Mas todos precisam seguir a ética da terapia, ou seja, não se fala do jogo nas pausas e tudo o que é conversado durante as jogadas não se comenta durante nem depois, a não ser com a permissão de todos, avisa a facilitadora.

Foram dois dias vivendo um jogo divertido, leve, que absorve toda a atenção. Uma maneira diferente de conhecer minhas atitudes e das outras pessoas presentes frente à vida. Interessante como as atitudes e as escolhas que se vai fazendo mostram o modo de enfrentar a vida, o que é mais fácil e o que é mais difícil para cada um. E sem julgamentos ou culpa, relembra Gelse Beatriz M.Monteiro, 52 anos, que jogou o Jogo em grupo. Até o que você tenta esconder acaba vindo à tona e te leva a pensar nas causas que motivaram aquele bloqueio.

A experiência também foi interessante para a professora de Artes Plásticas Cristina Mathias, que jogou com sua filha Carolina, com 17 anos na época. Conhecemos o Jogo da Transformação através de minha filha. De maneira sutil e exata esta viagem nos coloca diante de nós mesmos, daquilo que somos, temos sido e poderemos ser. Sentir-se amada incondicionalmente é muito importante, conta.

O Jogo também pode ser utilizado como ferramenta de integração de grupos, como foi feito na Universidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo. Neste caso foram criados quatro equipas com os 20 colegas da turma e dois facilitadores conduziram a experiência. De acordo com um dos participantes, Helton Akimura, a princípio pensei que fossemos vivenciar apenas mais um jogo. Formamos as equipas e, de repente, eu percebi que aquela divisão inicial tinha se desfeito. Estávamos todos unidos, na busca pelo auto-conhecimento, descreve.

Como funciona o jogo

1. Definir metas. Seja na versão grupo ou solo, a primeira coisa a fazer é decidir o que cada jogador que mudar na sua vida, em que áreas esta mudança vai mexer e manter este foco bem claro durante todo o jogo. Aliás, este propósito será colado no tabuleiro e compartilhado com os outros jogadores. As perguntas de um ajudam na resposta do outro, é a sincronia deste processo terapêutico. É um jogo de cooperação, de compartilhar, comenta a facilitadora.

2. Nascimento. Cada jogador é representado por um marcador, que fica no meio do tabuleiro a espera de um dado que o leve à casa de um anjo no tabuleiro para poder nascer e começar a jogar. Usamos a simbologia dos anjos no jogo porque eles fazem parte da cultura e mitologia das autoras escocesas, mas cada anjo representa uma virtude, não tem nada a ver com nenhuma religião, esclarece Joseila D. B. Gerotto. Por isso, cada um tira seu anjo, a virtude que vai acompanhar seus objectivos.

3. A jornada pelo tabuleiro. O jogo segue com a ajuda de dados e vários tipos de cartas. Algumas representam insights e bloqueios, por exemplo. Conforme o participante vai avançando, recebe estes insights, que vão ajudar a atingir o propósito escolhido. No percurso pelo tabuleiro, porém, ele também acumula dores que precisam ser liberadas para que seja atingida a transformação - o objectivo do jogo. Não há ganhadores nem perdedores no final, já que a terapia pretende libertar você dos padrões de pensamentos antigos e promover a mudança. Só existe uma casa da transformação no jogo, que representa a mudança energética de todo um padrão de vida e é muito comemorada quando alcançada.

Artigo publicado no site Yahoo Brasil na secção “Bem estar”.

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